Reforma Tributária e o IVA Dual (IBS + CBS) – (Ricardo Almeida)
- Grupo PCA

- 6 de out.
- 2 min de leitura
Enquanto você espera 2026, seu concorrente já está refazendo o preço do produto dele.
O Brasil entra em uma das fases mais transformadoras de sua história fiscal com a instituição do IVA Dual, composto pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Se de um lado o discurso oficial fala em maior transparência e simplificação, de outro, o cenário é desafiador, exigindo que as empresas tratem a reforma como uma urgência estratégica, e não como um tema para ser revisitado apenas em 2026.
O Período de Teste: A mudança em movimento
O período de transição, que se inicia em 2026, funcionará como um verdadeiro laboratório fiscal para empresas que precisam se adaptar rapidamente ao novo modelo. Nesse intervalo, os ajustes operacionais e financeiros poderão ser testados sem os riscos de uma mudança abrupta, mas a preparação deve começar imediatamente.
Split Payment: a Nova Dinâmica do Fluxo de Caixa
Um dos pontos mais debatidos da reforma é a implantação do split payment, onde o pagamento do imposto sobre um determinado bem ou serviço vai ocorrer de forma imediata após a compra pelo consumidor ou cliente, sendo direcionado automaticamente aos cofres públicos. Esse mecanismo altera de forma estrutural a lógica de gestão de caixa.
Com sua adoção, as empresas precisarão repensar modelos de capital de giro, ajustar estratégias de precificação e reforçar o planejamento financeiro. Quem não se antecipar corre o risco de ter sua liquidez comprometida.
Impacto nas Margens:
O mecanismo retira do contribuinte a possibilidade de utilizar temporariamente o valor do tributo em caixa, pressionando empresas que já operam com margens reduzidas e podendo forçar ajustes significativos em custos e estratégias de precificação.
As empresas precisarão recalibrar seus preços, reavaliar seus contratos e simular impactos em toda a cadeia, do insumo ao consumidor final.
A Urgência das Simulações
É essencial que as empresas comecem agora a simular cenários considerando os percentuais de IBS e CBS. Mais do que uma fase de teste, essa prática ajuda a ajustar estratégias comerciais, proteger margens e renegociar contratos de longo prazo com segurança. Os contribuintes que ainda permanecem inertes ou que não estão priorizando a reforma tributária, tratando-a de forma paralela à sua rotina fiscal, já entregarão vantagem ao concorrente que se antecipou.
Conclusão PCA: Reforma não é obrigação, é oportunidade de reengenharia de negócios
O novo sistema tributário não deve ser encarado como um fardo regulatório, mas sim como um catalisador de reengenharia corporativa. Empresas visionárias já estão revendo seus processos, reposicionando preços e adaptando suas estruturas de governança fiscal para o ambiente que se inaugura em 2026.
Ignorar essa urgência é renunciar a competitividade. Abraçar a reforma, desde já, é transformar a conformidade fiscal em vantagem estratégica.

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