Reforma Tributária: o piloto já começou — e a preparação também precisa começar agora
- Grupo PCA
- há 6 dias
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Na última semana começou oficialmente o projeto-piloto da CBS e IBS — um movimento decisivo dentro da Reforma Tributária do Consumo. Isso marca o início da transição na prática para o novo modelo que vai substituir PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS por dois tributos: CBS (federal) e IBS (estadual/municipal).
A ideia é clara: avançar da teoria para a prática. E isso está acontecendo com empresas que já estão participando do piloto, como Petrobras, Vale, Nestlé, Gerdau, entre outras.
Só que aqui vai o ponto mais importante: não dá mais pra tratar esse assunto como algo distante.
O que está acontecendo?
O governo federal, por meio da Receita e do Serpro, está testando a CBS e IBS num ambiente controlado, com dados fictícios, simulando emissão de notas, cálculo de tributos, validação de cadastros e até envio de informações erradas para entender como o sistema reage. Tudo isso dentro de uma lógica colaborativa, envolvendo empresas, fornecedores de software e entidades setoriais.
A partir de 2026, começa a cobrança com alíquota de teste. Em 2027, a CBS e já entra em vigor com alíquota cheia e o PIS/Cofins saem de cena. Em paralelo, teremos a chegada do Imposto Seletivo e uma série de novos controles no Portal da Reforma Tributária.
De 2029 a 2033, o ICMS e o ISS serão extintos gradualmente, enquanto o IBS entra no jogo. Ou seja, entramos na fase mais sensível da mudança: a década da dupla conformidade.
E o que isso significa?
Significa que, por alguns anos, vamos precisar lidar com dois sistemas ao mesmo tempo: o antigo e o novo. Isso exige atualização de sistemas, reformulação de processos, mudança na forma de trabalhar da área fiscal e um alinhamento total entre TI, contabilidade, jurídico e operações.
Não é mais sobre entender a reforma. É sobre se preparar para rodar com ela.
O novo sistema já nasce com pilares fortes:
Portal central com apuração assistida e conta corrente tributária;
Redução de declarações acessórias;
Alertas em tempo real para inconsistências;
Simulador e calculadora da CBS;
Padrão único de dados (o ROC), que muda toda a estrutura de integração dos ERPs.
E atenção para o impacto financeiro: o modelo de split payment vai eliminar o “float” fiscal. O imposto será retido no ato do pagamento. Isso muda completamente a lógica do fluxo de caixa das empresas — e quem não se preparar pode quebrar no meio do caminho. Fique atento que já em 2027 vamos ter de forma facultativa essa possibilidade para as empresas B2B.
O que fazer agora?
Atualizar sistemas e avaliar capacidade de integração com o novo modelo;
Criar times interdisciplinares que envolvam fiscal, contábil, TI e jurídico;
Mapear os processos mais impactados, principalmente precificação, faturamento e crédito tributário;
Treinar as equipes com foco prático — o jogo virou operacional.
Não se trata mais de entender o que vai acontecer, mas de garantir que a sua empresa esteja pronta para seguir operando!!!
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